O relatório de transparência salarial e de critérios remuneratórios mostra que as mulheres brasileiras atualmente ainda recebem 19,4% a menos do que os homens. Em cargos maiores como dirigentes e gerentes, a diferença de remuneração entre homens e mulheres chega a 25,2%.
Dados mostram ainda um balanço das informações enviadas por mais de 49 mil estabelecimentos com 100 ou mais empregados. A maioria das empresas que enviaram os relatórios, cerca de 70% têm 10 anos ou mais no mercado. Juntas, elas somam mais de 17,7 milhões de empregados.
Na apuração por raça/cor, as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho com 2,9 milhões vínculos, representam 16,9% do total, e são as que têm a menor renda.
A pesquisa aponta ainda que o salário médio de contratação das mulheres negras, corresponde a 82% da média de R$1.901, enquanto o dos homens não negros era 19% superior à média.
Já a remuneração média das mulheres negras representa 68% da média de R$4 mil 472 reais . Na outra ponta, o salário dos homens não negros era 27,9% maior que o valor médio.
Levantamento por raça/cor:
– Mulheres negras são uma pequena parcela no mercado de trabalho;
– 2,9 milhões vínculos, 16.9% do total;
– Têm a menor renda;
– Salário médio de contratação: R$1.566 corresponde a 82% da média de R$ 1.901;
– Homens não negros: 19% superior à média;
– Remuneração mulheres negras: R$ 3.041 representa 68% da média de R$ 4.472;
– Homens não negros: 5.718 ou seja 27,9% maior que o valor médio;
Dados mostram que, das empresas que forneceram o relatório, apenas 32,6% delas têm políticas de incentivo à contratação de mulheres.E 38,3% declararam que adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência.
Políticas de incentivo:
– 32,6% das empresas incentivam a contratação de mulheres;
– 38,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de direção e gerência;
No levantamento por estados, os números são significativos. O distrito federal é a unidade da federação com menor desigualdade salarial entre homens e mulheres, com 8% de diferença entre os gêneros. O estado de Sergipe registrou 7,1%, já no Piauí, a diferença alcançou 6,3% menos do que os homens. São Paulo é o estado com maior número de empresas participantes, um total de 16.536, e maior diversidade de situações. No estado as mulheres recebem 19,1% a menos do que os homens.
Reportagem: Ana Beatriz Mello.