Uma pesquisa divulgada recentemente apresentou um dado alarmante: a solidão envelhece e aumenta taxa de mortalidade. Pessoas socialmente isoladas são mais propensas a apresentar uma idade biológica maior do que a cronológica. Vamos acompanhar.

Um novo estudo realizado por pesquisadores da Mayo Clinic revelou que pessoas socialmente isoladas são mais propensas a apresentar uma idade biológica maior do que a cronológica. Publicada no Journal of the American College of Cardiology no mês passado, o estudo trouxe evidências de que os vínculos sociais desempenham um papel importante na saúde física das pessoas, e devem ser levados em consideração como determinantes sociais da saúde.

Para investigar o papel do contato social no envelhecimento biológico, os pesquisadores da Mayo cruzaram informações sobre o estilo de vida dos voluntários com resultados de seus eletrocardiogramas. Usando um banco de dados com informações de cerca de 280 mil adultos foi possível criar um modelo que determinasse a idade biológica dos participantes.

Para avaliar o nível de isolamento social, os pesquisadores usaram o índice de rede social, que avalia seis possibilidades de interação social: pertencer a qualquer clube ou organização social; frequência na participação em atividades sociais por ano; frequência de conversas ao telefone com familiares e amigos por semana; frequência na participação de igreja ou serviços religiosos por ano; frequência de reuniões com amigos ou familiares pessoalmente por semana; estado civil ou viver com um parceiro.

Interação social:

Pertencer a organização social
Participação em atividades sociais
Conversas ao telefone com familiares e amigos
Participação de igreja ou serviços religiosos
Com amigos ou familiares pessoalmente
Estado civil

Os participantes com uma pontuação mais alta no índice de rede social, o que indica uma melhor vida social, apresentaram uma diferença de idade menor entre a idade biológica e a cronológica. O status da rede social influenciou significativamente o risco de mortalidade. Durante o período de acompanhamento de dois anos, aproximadamente 5% dos participantes faleceram. Aqueles que tiveram baixas pontuações, menores ou iguais a 1, no índice de rede social, apresentaram um maior risco de morte em comparação a outros grupos.

Reportagem: Marcos Nazone.