O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira duas mortes por febre Oropouche no Brasil. Esses são os primeiros registros no mundo de morte pela doença.

Segundo o informativo, as vítimas são duas mulheres que viviam no interior da Bahia. Elas tinham menos de 30 anos de idade, não apresentavam comorbidades e tiveram sinais e sintomas parecidos ao da dengue grave.

Até o momento não havia relato na literatura científica mundial sobre ocorrência de óbito pela doença, de acordo com o Ministério da Saúde.

Além das duas mortes, outros casos são investigados. Um óbito em Santa Catarina e quatro registros de interrupção de gestação e dois de microcefalia em bebês. A pasta quer saber se estes têm relação com a doença. Foi descartada relação da febre com uma morte no Maranhão.

No último dia 11, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica a todos os estados e municípios recomendando o reforço da vigilância em saúde sobre a possibilidade de transmissão vertical do vírus. Com a nota técnica, o Ministério pretende também orientar a sociedade sobre a arbovirose.

Descoberto pela primeira vez no Brasil em 1960, o vírus responsável pela febre Oropouche tem sua origem na região amazônica. Transmitido por mosquitos, principalmente pelo conhecido como maruim, ele pode se propagar tanto em ambientes silvestres quanto urbanos, tendo sintomas parecidos com os da dengue.

Sintomas da febre Oropouche:

  • Febre de início súbito
  • Dor de cabeça intensa
  • Dor nas costas, na lombar e dor articular
  • Tosse
  • Tontura
  • Dor atrás dos olhos
  • Erupções cutâneas, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos.

Até o momento, não há tratamento específico para a febre Oropouche. A terapia atual apenas alivia os sintomas que duram de dois a sete dias, porém, os pacientes podem apresentar recorrência dos sintomas, após uma a duas semanas a partir das manifestações iniciais.

Reportagem: Marcos Nazone