O Brasil tem 619 mil crianças e adolescentes em privação extrema da educação. As informações são do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, lançado pelo UNICEF.

Os impactos da pandemia ainda estão presentes na educação brasileira. Os dados estão no estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, que analisou os anos 2017 a 2023, lançado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). O levantamento mostra que, em relação ao acesso, ao longo dos anos houve oscilações, com avanços e retrocessos, muitos deles ocorridos no período de pandemia. Em 2017, 8,5% das crianças e adolescentes de até 17 anos estavam privados de educação de alguma forma. Essa porcentagem caiu para 7,1% em 2019, subiu para 8,8% em 2021 e caiu para 7,7% em 2023. Ao todo, são 4 milhões de crianças e adolescentes que estão atrasados nos estudos, que repetiram de ano ou que não foram alfabetizados até os 7 anos. Apesar de representarem um percentual inferior ao de 2017, o país ainda não retomou o patamar que havia alcançado em 2019.

O estudo mostra ainda que há no país 619 mil crianças e adolescentes em privação extrema da educação, ou seja, que não frequentam as escolas. Eles correspondem a 1,2% daqueles com até 17 anos. Esse percentual, que chegou a 2,3% em 2021, na pandemia, é inferior ao registrado em 2019, 1,6%. No Brasil, a educação é obrigatória dos 4 até os 17 anos, de acordo com a Emenda Constitucional 59 e com o Plano Nacional de Educação (PNE).

Reportagem: Priscyla Ávila