Após não detectar o Coronavírus em algumas semanas no mês de Março deste ano, a carga viral do vírus no esgoto voltou a subir em Goiânia. Os índices se aproximam dos verificados na segunda onda da Covid no início de 2021.

Os índices de concentração do vírus sars-cov-2 no esgoto da capital goiana voltaram a crescer nas últimas semanas e, atingiram nos últimos dias, taxas parecidas com a da segunda onda da Covid no primeiro semestre de 2021. Os pesquisadores da Universidade Federal de Goiás, responsáveis pelo monitoramento do vírus no esgoto de Goiânia desde maio de 2021, notificaram as autoridades para o assunto.

Há algumas semanas esses valores vêm crescendo, como pode ser percebido no gráfico, em especial nas últimas três semanas, com destaque para esta com análise realizada em 14 de junho. Na semana epidemiológica 22 (de 29 de maio a 04 de junho) a carga viral foi de 20 trilhões de cópias do vírus por dia para cada 10 mil habitantes, enquanto na semana 24 (de 12 de junho a 18 de junho) essa carga subiu mais de sete vezes, sendo detectada uma carga de 142 trilhões de cópias por dia para cada 10 mil habitantes.

A concentração do vírus encontrada no esgoto coletado na semana passada é a maior em um ano, e a tendência tem sido de aumento da carga viral. Isso ocorre após algumas semanas de queda na concentração do material genético do vírus no esgoto, que era identificado em níveis médios ou até mesmo inferiores ao limite de detecção.

Segundo os pesquisadores, a frequência de casos de covid-19 em uma comunidade pode ser estimada pela detecção do RNA do vírus no esgoto. O monitoramento oferece uma importante ferramenta epidemiológica que sugere a necessidade urgente de medidas de controle sanitário para o enfrentamento da pandemia. A pesquisa é realizada por professores e alunos do instituto de química da UFG em parceria de pesquisadores da SANEAGO. O projeto de monitoramento de covid-19 em águas residuárias na capital foi aprovado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, criada desde o início da pandemia e que gerencia as informações de enfrentamento no território brasileiro.

Reportagem: Rackel Vieira