Com uma vantagem de 11 pontos, o ultraliberal Javier Milei venceu as eleições presidenciais na Argentina, derrotando o peronismo. Polêmico, com um discurso radical e propostas que dividem opiniões, Milei vai ocupar a Casa Rosada e comandar o país vizinho nos próximos 4 anos.

Javier Milei, de 52 anos e economista de formação, se elegeu deputado federal em 2021 e renunciou ao salário logo em seguida. Com frases de impacto, antiperonismo e discursos radicais, Milei afirmou durante a corrida eleitoral que pretende acabar com o Banco Central e dolarizar a economia argentina, permitir o livre porte de armas e retomar a proibição do aborto.

A vitória de Milei ocorreu em um período delicado da economia argentina, que enfrenta uma inflação de 140% nos últimos 12 meses, além da desvalorização da moeda nacional e aumento da pobreza.

Em seu primeiro discurso após as eleições, mais moderado, ele manteve a promessa de implementar muitas mudanças na governança do país. Milei também tornou pública sua admiração pelo modelo de governo do ex-presidente Bolsonaro e de Donald Trump, recentemente ex-presidente dos Estados Unidos.

Durante a campanha eleitoral, Milei afirmou que romperia as relações com o Brasil devido à sua discordância ideológica com a esquerda. A partir de sua posse, enfrentará muitos desafios, incluindo uma realidade econômica desafiadora e a gestão de políticos que criticou.

Após o resultado das eleições, o presidente Lula, nas redes sociais, não mencionou o nome de Milei, destacou a importância da consolidação da democracia e desejou sorte ao novo governo. Por outro lado, Bolsonaro comemorou em suas redes sociais, parabenizando a população argentina pela escolha e falando sobre a volta do progresso e liberdade para o Brasil e os Estados Unidos.

Reportagem: Segismar Júnior